As histórias da história do Cinema

Estúdios

Orion Pictures

A produtora norte-americana foi fundada em 1978 por Arthur B. Krim, Eric Pleskow e Robert S. Benjamin, três ex-executivos da United Artists, que saíram desta desagradados com a política salarial da empresa-mãe (Transamerica) e devido aos astronómicos custos de As Portas do Céu (1980), que praticamente arruinaram a United Artists. Os três executivos, aliados à Warner Bros. e com quem estabeleceram um acordo de distribuição, formaram, então, a Orion Pictures, com o objectivo de financiar produtores independentes. A reputação e experiência dos seus fundadores permitiram à empresa atrair nomes conhecidos como Woody Allen, Barbara Streisand, Francis Ford Coppola, entre outros, criando uma grande expectativa à sua volta.

Em 1982, a Orion, descontente com o seu acordo de distribuição com a Warner, funde-se com a Filmways Pictures (sucessora da American International Pictures), reforça a sua produção cinematográfica e expande as suas actividades, entrando na produção televisiva. Muito embora a sua reestruturação, a produção cinematográfica da Orion revela-se tumultuosa, já que os sucessos de bilheteira são poucos. Como consequência, a empresa atravessa um período financeiramente instável, amenizado por uma infusão de dinheiro da Metromedia, empresa de John W. Kluge, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos e amigo de Arthur B. Krim.

No final da década de 80, a sorte da Orion muda, graças a sucessos de bilheteira como Platoon – Os Bravos do Pelotão, Exterminador Implacável, Robocop – O Polícia do Futuro e Amadeus. Para além de sucessos de bilheteira, estes e outros filmes, foram aclamados pela crítica e venceram diversos Óscares, aumentando o prestígio da empresa. Este sucesso levou Kluge a adquirir o controlo da Orion, em 1988, mas os dois anos seguintes revelaram-se maus para a produtora, já que os seus filmes foram, praticamente todos, um fracasso de bilheteira.

Em 1991, a Orion estreia O Silêncio dos Inocentes e Danças com Lobos, dois enormes sucessos de bilheteira e de crítica, mas que não salvam a empresa dos seus problemas financeiros. Nesse mesmo ano, a empresa vende os seus projectos cinematográficos e a sua unidade de produção televisiva, de forma a obter dinheiro para pagar a sua enorme divida. No entanto, estas tentativas não impediram a Orion de pedir o estatuto de protecção de falência e negociar a sua aquisição pela New Line Cinema, uma pequena produtora que conseguira obter sucesso com a série de terror Pesadelo em Elm Street e com o filme Tartarugas Ninja.

Embora as negociações com a New Line Cinema tenham abortado, o estatuto de protecção de falência permitiu à Orion sobreviver e lançar (com alguma dificuldade) filmes como Robocop 3 – O Fora da Lei, Céu Azul, O Favor, A Face Oculta, entre outros. A maioria dos filmes distribuídos pela Orion neste período eram produções externas à empresa e nenhum se revelou um sucesso capaz de reverter a sua fortuna.

Em 1997, a Metromedia vende a Orion Pictures à Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), sendo O Último Combatente (1999) o último filme distribuído pela empresa. “Dentro” da MGM a Orion sofreu inúmeras transformações, de produtora televisiva a distribuidora de vídeo, passando por ser produtora cinematográfica especializada de diferentes tipos de produções. No entanto, apenas o nome resta dos seus dias de glória.